domingo, 15 de abril de 2012

Paolo Gioli e seus experimentos com a fotografia estenopéica

"Pugno Contro Me Stesso", fotografia de Paolo Gioli, 1989
À esquerda, punho fechado utilizado como câmera de orifício
À direita, cópia positiva em papel fotográfico do negativo fotografado com a mão fechada
Foi uma grata surpresa fazer uma pesquisa sobre o trabalho do artista italiano Paolo Gioli e encontrar, logo de cara, uma matéria de Ronaldo Entler no site Icônica mencionando a dissertação de mestrado de Maria Helena Villar, apresentada na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, entitulada "“A fotografia estenopéica revisitada: desconstrução da homologia tradicional através das dimensões sócio culturais da tecnologia”.

Apesar da palavra estenopéica soar estranha aos ouvidos, Ronaldo Entler explica que "fotografia estenopéica é um nome mais técnico para as imagens feitas com as câmeras que costumamos chamar de pin-hole, com a ressalva de que nem toda câmera estenopéica tem, efetivamente, um buraco de agulha."

Segundo Maria Helena Villar "o italiano Paolo Gioli utilizou sua mão para obter imagens estenopeicas. Com a mão fechada e o material sensível em seu interior, ele deixou passar a luz através do pequeno orifício que se forma pelo dedo mindinho quando se cerra o punho."

E prossegue dizendo: "A utilização e transformação de objetos diversos em câmeras estenopeicas é bastante comum entre os usuários da técnica, e acaba por configurar um de seus aspectos mais lúdicos. Para falar da utilização de objetos diversos como câmera, cita-se novamente o italiano Paolo Gioli, que nas décadas de 1970 e 1980, transformou uma série de objetos em câmeras estenopeicas. Numa concepção “Duchampiana” dos “ready-mades”, ele utilizou objetos que já tem furos para que estes funcionassem como os orifícios das câmeras. Por exemplo: uma flauta, biscoitos “creamcracker”, botões de roupa, conchas, ou mesmo utensílios de cozinha como uma escumadeira e um ralador, entre outros."

Observe como "os vários furos da bolacha funcionam como orifícios que formam imagens múltiplas que se sobrepõem".
Na imagem à esquerda é possível observar a caixa com as 4 bolachas e a fotografia colorida feita pelo italiano em 1980 e batizada como "Crackerstenopeica".

Difícil dizer o que é melhor: o texto do Ronaldo Entler, a tese de mestrado da Maria Helena Villar ou as fotografias experimentais e todo o trabalho artístico de Paolo Gioli.

Então minha sugestão é que vocês visitem os links  abaixo para conhecer todo esse rico material encontrado e disponível na internet.

Para ler na íntegra o texto do Ronaldo Entler no site Icônica acesse: Tudo o que se enxerga por um furo de agulha

Para ter acesso à tese da Maria Helena Villar acesse:
A Fotografia Estenopeica Revisitada: Desconstrução da Homologia Tradicional Através das Dimensões Sócio-Culturais da Tecnologia

Para acessar o site do artista Paolo Gioli acesse:
http://www.paologioli.it/index.php?page=home