quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Como escrever um memorial descritivo artístico?


Todos sabemos que participar de editais requer não só um bom trabalho ou uma boa proposta para ser inscrita como também requer certas habilidades como a redação de um currículo sucinto, a organização de um portfólio eficaz e um memorial descritivo que explique com precisão do que se trata o trabalho.

Dentro desse desafio a Galeria Grazini traduziu em seu blog este excelente texto que muito vai nos
ajudar, escrito originalmente pelo site inglês Artquest, e que segue abaixo:

"Introdução

O memorial descritivo artístico é uma pequena redação sobre seu trabalho, prática artística e outras preocupações intelectuais mais amplas. Deve atuar como uma introdução para a prática artística como um todo, destacando em linhas gerais, os conceitos, motivações e processos de seu trabalho. Numa declaração mais longa, já pode-se detalhar sobre obras específicas.

O memorial descritivo deve dar ao leitor uma melhor compreensão de onde sua prática e seus interesses vêm, suas influências pessoais ou de seu trabalho e apoiá-los na interpretação sobre o que você faz. Você vai precisar de um memorial descritivo artístico para a maioria das inscrições para oportunidades, para assessoria de imprensa, sites e ao abordar galerias e curadores. Escrever um memorial descritivo artístico também ajudará a focar e ordenar suas idéias sobre sua prática artística.

Conteúdo

Declarações artísticas variam e se diversificam de acordo com as práticas a que elas se destinam, sendo assim, as sugestões a seguir servem muito mais como orientações e observações, ao invés de regras rígidas e estritas.

Coisas para se pensar que podem ajudar você a escrever seu próprio memorial, algumas perguntas que você talvez possa considerar:
• Com que suportes você trabalha? O que lhe interessa sobre este tipo de trabalhos?
• Por que você trabalha nesse suporte? Existe uma relação entre o suporte e as idéias com as quais você trabalha?
• Que processos estão envolvidos no trabalho e como eles são relevantes para com as idéias que você está lidando?
• Quais temas, idéias e preocupações que você considera exclusivamente em seu trabalho?
• Existem quaisquer influências externas ou ideias, talvez fora do universo das artes, que têm influência sobre seu trabalho?
• O que liga as peças individuais do seu trabalho em uma prática artística?
• Existem teorias, artistas ou escolas de pensamento em particular que sejam relevantes para seu trabalho?
• Há uma "intenção" por trás do trabalho, o que você quer que o trabalho alcance?

Coisas que você não deve incluir num memorial descritivo são:
• Informações sobre a sua carreira como um artista
• Histórico de exposições
• Histórico de trabalho
Se requerido, estes temas devem ser incluídos em um texto biográfico em separado da sua memorial descritivo artístico. Ao escrever, inclua citações de críticas e revisões, e qualquer referência na imprensa.

Escrevê-los na terceira pessoa (o trabalho de Jane é...) ao invés da primeira pessoa (meu trabalho é...) torna-os mais fáceis de serem usados em release, e podem ser usados literalmente, se necessário, por jornalistas.

Estilo
Além de oferecer informações adequadas, a apresentação também é importante. As seguintes qualidades fazem um bom memorial descritivo artístico:

• Seja claro: use o português mais básico possível, a menos que você esteja lidando com conceitos específicos, e explique-os rapidamente. Não utilize linguagem complexa ou específica sem necessidade.

• Precisão: não disfarce o seu trabalho transformando-o em algo que não é. Uma declaração exata sobre um bom trabalho que lida com uma ideia relativamente simples, é muito melhor do que tentar fazer algo parecer inteligente cobrindo-o com hipérboles.

• Diga o que você vê: pode ser útil para se referir a qualquer qualidade física do seu trabalho em referência aos conceitos. Explique as decisões que você tomou sobre como o trabalho tomou forma e por que você o fez.

• Atenha-se ao assunto, que é a sua prática artística. O objetivo da memorial descritivo artístico é falar de uma maneira focada sobre sua prática, e não questões filosóficas ou conceitos mais amplos.

• Objetividade: o uso de superlativos e grandes afirmações ao descrever seu trabalho não vão lhe fazer nenhum favor. Tente ser objetivo ou pelo menos usar uma linguagem objetiva, ao descrever seu próprio trabalho.

Tamanho

Uma pergunta comum é: "Quão longo deve ser um memorial descritivo artístico?
Isso depende muito do objetivo da declaração. É uma boa idéia ter um memorial descritivo básico que você pode adaptar, aumentar ou diminuir à medida que precisa dela para coisas diferentes, fornecendo um ponto de partida rápida para inscrições e afins. Isso pode ser um parágrafo direto de cerca de 100-200 palavras, que poderá ser adaptado e estendido dependendo do caso."


sábado, 26 de setembro de 2015

Como calcular o preço de uma foto


"Já pensou em vender uma fotografia sua para ser usada em uma publicação editorial ou talvez em publicidade? Ficou em dúvida sobre o valor que deveria cobrar pelo seu trabalho? O site Photo Showcase, de Edy Koltz, disponibiliza gratuitamente uma calculadora para ajudar no processo. É só escolher os dados nos menus e pronto. Vale dizer que o valor dado é apenas uma média para o fotógrafo ter uma ideia do preço final."

Testei calculando o custo de uma fotografia para ser usada como artigo de decoração no tamanho 30x40cm para uso residencial, sem moldura nem passepartout o site sugere vendê-la por R$296,88, sendo que a última atualização de valores foi feita pelo site em dezembro de 2014. E aí? Achou interessante? Então acesse: Photo Showcase

Fonte: Revista FHOX 11/10.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Os cuidados na conservação das fotografias

Arquivo fabricado pela Classe A Flex

"O termo conservação de acervos fotográficos abarca dois níveis. O primeiro trata da escolha de materiais, embalagens, mobiliários, condições de climatização e manuseio adequados. Esse conjunto é a conservação preventiva. O segundo nível trata da conservação reparadora ou curativa, que é a limpeza da fotografia.

A restauração é a etapa mais dramática, pois a intervenção na fotografia é invasiva ao recuperar características originais do material. Esse processo resulta em acréscimo de novos materiais."¹

Um dos caminhos para buscar especialização na área seria, como fez Sergio Burgi, cursar um mestrado em Conservação Fotográfica na School of Photographic Arts and Science, no Rochester Institute of Technology, nos EUA. Lá ele pôde desenvolver trabalhos específicos nas áreas de conservação, organização e curadoria de acervos.

"Outra contribuição relevante na formação de técnicos na conservação e restauro de fotografias no país é o livro "Conservação de Coleções de Fotografia", do professor português Luis Pavão Ida, publicado pela Dinalivro em 1997. Tornou-se referência obrigatória.

Sobre técnicas empregadas na conservação e restauro de fotografias, a Associação de Arquivistas de São Paulo (ARQ-SP) coloca à disposição de interessados literatura específica pelo site www.arq.org.br. Um deles é "Como tratar coleções de fotografias", de Patrícia de Fillipi, Solange de Lima e Vânia Carneiro de Carvalho."¹


¹ Encarte "Fine Art Fhox", "Os cuidados na conservação", pág 22.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Certificado de autenticidade de uma cópia fotográfica

Em 2011 publicamos aqui neste blog um Modelo de Certificado de Autoria de Obra de Arte que pode ser acessado através do link: http://sosfotografia.blogspot.com.br/2011/12/modelo-de-certificado-de-autoria-de.html

Desta vez vamos nos debruçar sobre o Certificado de autenticidade de uma cópia fotográfica, através da matéria publicada no encarte "Fine Art Fhox", pág 20, "Certificado e Tiragem". O texto diz:

"A reprodução abaixo ilustra o que o certificado de autenticidade de uma fotografia deve conter. Este exemplo vem da Fundação Pierre Verger em Salvador, que comercializa obras do fotógrafo e etnólogo francês que viveu no Brasil e estabeleceu a fundação. No acervo, mais de 63 mil fotografias e negativos produzidos por ele até 1973. Verger faleceu em 1996.

No certificado são encontrados o processo de impressão, número do negativo (quando for analógica), nome do fotógrafo e do impressor, tipo e tamanho do papel, tamanho da foto, localização, data e assinatura do emissor. Há galerias que incluem no certificado o nome do comprador.

Segundo Alex Baradel, a Fundação Pierre Verger comercializa há dez anos obras do fotógrafo. No passado as fotografias tinham séries limitadas, hoje não mais. “Os tamanhos podem variar de 30 por 30 a 1 por 1m”, informa. Entre os maiores compradores, galerias e colecionadores, mas há também os que contatam a fundação para adquirir uma fotografia para decorar o ambiente. 

Silvio Pinhatti, citado neste exemplo de certificado, é considerado um dos maiores impressores de fotografia em preto e branco do Brasil. Foi o impressor oficial do consagrado Mario Cravo Neto, falecido em 2009, e de contemporâneos como Claudia Andujar, Claudio Elizabetsky, Claudio Edinger, Maureen Bisilliat, Marcio Scavone, J. R. Duran, Miguel Rio Branco, Luis Crispino, Araquém Alcântara, Rosangela Rennó, Orlando Azevedo, Vilma Slomp, Marcos Santili, Arthur Omar, Fernando Lazlo, James Stuart, entre outros. Na opinião de Pinhatti, uma fotografia com tiragem é o ideal. “O tamanho dela deve ser rigoroso para não gerar uma nova série, porque o formato foi alterado”, diz.

Paulo Kassab, sócio da Galeria Lume em São Paulo e mestre pela escola de gestão de arte e cultura Inseec em Paris, comenta que no início a galeria trabalhava com tiragens mais altas, até 50 reproduções, mas atualmente estão entre 12 e 15 e às vezes até únicas."

Veja abaixo o que diz o certificado da Fundação:

"Certificate of authenticity

Fundação Pierre Verger (Pierre Verger Foundation) certifies that the silver print nº xxxx/x was done from Pierre Verger's original negative nº xxxxxx. This negative belongs to Fundação Pierre Verger which is the only detainer of the right of the photographer's work and conserves all of the nagatives made by Pierre Verger.

This silver print has been made by xxxxx xxxxx, in São Paulo, in 2011, following museum quality and conservation criteria.

Type of paper: Fiber paper with Selenium base treatment
Size of the paper: 30 cm by 35 cm
Size of the photo: 29 cm by 29 cm
Fundação Pierre Verger reference: P xxxxxxx/xx, Porto dos Saveiros, Salvador, Brasil (Anos 50)

Salvador, january 10, 2011

Assinatura do responsável pela certificação
Fundação Pierre Verger"