sexta-feira, 22 de julho de 2011

Como utilizar filmes analógicos infravermelhos

(c) Renan Cepeda
Lendo uma antiga matéria publicada na Revista FHOX avistei uma publicação intitulada: "O Rei do Infravermelho", contando sobre o uso do filme analógico infravermelho pelo fotógrafo e artista Renan Cepeda. Vejam o que a matéria diz:

"Até 1992 o filme infravermelho tinha venda controlada no Brasil, sendo de uso restrito das Forças Armadas ou para aplicações específicas, como medicina legal (em autópsias), preventiva (até o surgimento da mamografia o filme era utilizado em exames pois salienta as veias indicando possíveis tumores) e por especialistas em falsificações (por revelar as várias camadas de tinta do quadro).

Geralmente os fotógrafos que fazem uso desses filmes buscam relevos inéditos de paisagens tradicionais, detalhes imperceptíveis aos nossos olhos, pois captam um espectro da radiação mais amplo que o percebido pelo olho humano.

O filme também altera a luminosidade do ambiente. Folhagens aparecem ultrabrilhantes, quase brancas (preto e branco). O céu azul de um dia ensolarado fica escuro e nuvens carregadas ficam alvas. O infravermelho consegue gravar imagens através da neblina (...). Nos filmes em cores, a vegetação tradicionalmente verde aparece em tonalidades de vermelho criando um efeito surrealista (...).

O efeito causado pela radiação infravermelha sobre as pessoas também é interessante. A pele reflete quase toda a radiação que incide sobre ela, principalmente se vier direta. Isso cria uma aura em torno da pessoa fotografada. As imperfeições e as rugas são eliminadas deixando rostos de pessoas idosas com um aspecto surpreendente. O tom pastel da pele (tanto a clara quanto a escura) adquire uma aparência plastificada.

Mesmo com o uso liberado é difícil encontrar esse produto no Brasil ou na América Latina. Quem quiser adquirir esses filmes é obrigado a importar por conta própria."

Renan conta que existe um filme infravermelho fabricado pela Kodak chamado EIR Ektachrome 135), para utilizar em câmeras de filme de 35mm. A revelação é feita no tradicional processo C-41 que qualquer minilab faz. Outros filmes que o Renan indica na matéria são:
- Kodak HIE High Speed Infrared Film de 35mm;
- Os da marca Konica que são menos sensíveis, de granulação mais fina com efeitos menos acentuados do que os da Kodak;
- O filme alemão Macophot, fabricado em Hamburgo, disponível em pequeno (35mm), médio e grande formato, cuja sensibilidade fica entre o da Kodak e o da Konica.

"Trabalhar com esse tipo de filme é difícil, o que faz com que quase todos os seus adeptos sejam fotógrafos profissionais. Além de custar caro e ser difícil de encontrar, exige cuidados: a câmera deve ser carregada e descarregada em escuridão total, mesmo a bobina do filme não pode receber luz. O uso de filtros reforça os efeitos obtidos. As fotos devem ser tiradas em dias ensolarados logo após o nascer do sol ou antes do crepúsculo, pois há mais radiação infravermelha na atmosfera."

Para saber mais sobre o assunto acesse:
http://www.beyondvisible.com/